Quando um brinquedo se quebra, pode ir parar no Hospital de Brinquedos. Ninguém fica contente de estar lá. Cada um deles reclama de alguma coisa. O tanque de guerra quer paz. A pianola quer barulho. O palhaço quer ser jogado para lá e para cá. O cavalinho não quer ser esquecido. Todos eles têm medo: será que amanhã acabarão na lata do lixo? Então o dinossauro de pelúcia explica que os brinquedos quebrados estão ali por um motivo muito importante. Qual será?
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US$16.70
Book Details
Author:
Domingos Pellegrini
ISBN:
9788581300436
Publisher:
Geraçãozinha
Publication year:
2012
Cover:
Pamphlet
Pages:
36
Language:
Portuguese (Brazil)
Dimensions:
28.0 x 21.0 cm
More about the book
Quando um brinquedo se quebra, caso tenha a sorte de escapar do destino horrendo da lata de lixo, pode ir parar num hospital de brinquedos. E lá ficar à espera de conseguir estender, quem sabe, seu tempo de proporcionar alegrias a seu dono – ou ao irmãozinho do dono, a seu filho, a seu neto… Mesmo que haja essa perspectiva, acham que o brinquedo fica contente e se sente sortudo de estar num hospital? Claro que não! A maioria se ressente, fica emburrada, sente-se abandonada e diante do desconhecido – estarei eu aqui amanhã? E não fazemos todos nós essa pergunta? Principalmente quando o tempo já está mais avançado? “Estarei eu aqui amanhã?” Com muita poesia e uma boa dose de bom humor, o premiado autor Domingos Pellegrini cria uma história cheia de candura que fala da velhice e da morte sem enfeites, melindres e desvios de assunto. Os brinquedos estão velhos e acabados: ponto. Sua vida (ao menos a vida útil) está quase no fim: ponto. Fato. Que não se evita e não se repara: voltar no tempo, voltar a ser novinho em folha? Isso está fora de questão. Porém, Pellegrini investe um tema que poderia remeter apenas a desespero e melancolia com esperança, alegria e a satisfação que vem de ter vivido uma vida boa. Diz uma bola que chega tão destroçada que os brinquedos a dão por desenganada: “Joguei tanto!… Com crianças/ e com quem mais me quis!/ Agora vão me lavar,/ remendar aqui e ali/ para guardar de lembrança!/ E enfim vou descansar/ iluminada e feliz!” E, depois do seu depoimento, os brinquedos decidem que chega de tanto resmungo e que, já que estão ali, devem mais é brincar entre si e se divertir. E essa nota de amor pela vida, de respeito pela sua história pessoal, de gratidão por haver vivido e, acima de tudo, de desejo de viver ao máximo até o fim mais se evidencia quando, ao fim do livro, diz otimista o narrador: “Fazer o quê? / Cantar!/Se der pra consertar/Você será consertado/ E se não der, fique bem/ Sabendo que mesmo assim/ Você será sempre amado/ E com amor e sem medo/ Brincadeiras não têm fim”. ENTREVISTA COM O AUTOR 1) Qual foi sua fonte de inspiração para escrever No Hospital de Brinquedos? A ideia me veio quando quebrou um pianinho que tenho desde menino. Meus netos Pietro e Caetano foram “tocar” no piano, martelando teclas, e acabaram quebrando. Levei a um hospital de brinquedos, que consertou o piano. Aí vi o Jimmie no quarto dos netos, um boneco acrobata, que faz giros numa barra conforme a gente aperta uma alavanca, e lembrei que o Jimmie também foi reformado no hospital de brinquedos. Depois vi, a meu lado na escrivaninha, minha espadinha de lata, com que, menino, lutei tantas batalhas imaginárias… E de repente me veio a ideia de escrever uma história infantil sobre brinquedos esperando consertos num hospital de brinquedos… 2) Hospital de Brinquedos tem uma estrutura versificada e rimada em muitos momentos. O senhor acredita que as crianças têm mais afinidade com a forma lúdica da rima poética do que com os textos apenas em prosa? As histórias em versos são mais expressivas e criam um clima encantatório com a sonoridade das rimas. A metrificação contribui para dar uma cadência que une toda a história, dando-lhe um ritmo envolvente. Acredito que há mais mágica nas histórias em versos. 3) O Hospital de Brinquedos tem um final surpreendentemente otimista e muito poético para um tema triste – a velhice e o fim da vida. O senhor trata a velhice e a morte com realismo. Acredita que na produção atual para crianças (livros, desenhos, filmes) exista certa hesitação em tratar de forma direta temas como esses? Creio que a morte deva ser tratada naturalmente para as crianças desde que comecem a fazer perguntas ou presenciar falecimentos, seja de animais domésticos ou familiares. As crianças aceitam naturalmente quando explicamos que alguém morreu, se dizemos que isso é natural, todos morrem um dia e não podemos saber quando isso acontecerá. Devemos aceitar que fiquem tristes, como aceitar que não se sensibilizem com a morte de alguém cuja morte nos mortifica. Errado é tentar “esconder” a morte da criança ou iludi-la com despistes como “a vovó foi viajar, foi para o Céu” etc. Se encaramos a morte com naturalidade e respeito, também devemos encarar com respeito e alegria a vida que antecedeu a morte. Num tempo em que vivemos cada vez mais, também é importante viver melhor e morrer melhor, inclusive aceitando a morte. Sobre o autor O premiado romancista, contista, dramaturgo e autor de livros infantis Domingos Pellegrini talvez seja mais conhecido por romances como O Caso da Chácara Chão (2001) e O Homem Vermelho (1977), embora seja um autor bastante reconhecido na literatura infantojuvenil. Seu Mestres da Paixão (2007), por exemplo, obteve o terceiro lugar no Prêmio Jabuti – categoria livro juvenil. Autor profícuo, com mais de 50 títulos publicados, também participa de muitas coletâneas e antologias de contos no Brasil e no exterior (em países como Estados Unidos, México, Cuba, Alemanha, Itália, Chile, Dinamarca e França). Na Geração, publicou também Terra Vermelha.You must be logged in to post a review.
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